domingo, 15 de abril de 2012

Parábola do Joio e do Trigo

“ O Reino dos Céus, disse o Cristo, é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Mas, enquanto os servos dormiam, veio um inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e retirou-se. Quando a erva cresceu e deu fruto, então apareceu também o joio. Chegando os servos ao dono do campo, disseram-lhe: - Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde, pois, vem o joio? E ele lhes disse: - Homem inimigo é que fez isso. Os servos continuaram: - Queres, então, que o arranquemos? Não, respondeu ele, para que não suceda que, tirando o joio, arranqueis com ele também o trigo. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e no tempo da ceifa direi aos ceifeiros: -Ajuntai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar; mas o trigo recolham no meu celeiro" (Mateus, 13:24-30).

A significação dessa parábola parece-nos de uma nitidez meridiana.

O Campo somos nós: a Humanidade; o Semeador é Jesus; a Semente de Trigo: o Evangelho; a Erva MÁ á as interpretações capciosas de seus textos; e o Inimigo:- aqueles que as têm lançado de permeio com a lídima doutrina cristã .

O Divino Mestre fizera a boa semeadura, pregando e exemplificando o amor entre os homens, como condição indispensável ao advento de um clima de entendimento fraterno no mundo, eis que os supostos herdeiros de seu apostolado, açulados pelo egoísmo e pelo orgulho, começam a criar questiúnculas e dissensões.

A Religião do Bem, objeto de sua missão terrena, de uma simplicidade incomparável, fragmenta-se em dezenas de religiões mais ou menos aparatosas, com sacerdócio organizado, sustentando dogmas ininteligíveis, preconizando e mantendo cultos pagãos, exterioridades grotescas.

Surgem facções e sub-facções, incriminando-se reciprocamente de heréticas, heterodoxas, etc., e as que se tornam mais poderosas procuram eliminar as outras, afogando-as em sangue, aniquilando-as nas torturas e nas chamas das fogueiras...

E assim, em nome Daquele que fora a personificação da tolerância, da bondade e da doçura, séculos pós-séculos, a discórdia lavra pela Terra; os filhos do mesmo Deus empenham-se em lutas fratricidas, e milhares de vítimas sucumbem, aos golpes da mais estúpida e feroz odiosidade, que há incendiado os corações humanos!

Como pode esse joio nascer e crescer de mistura com o bom trigo? E' que, segundo a palavra de Jesus, os servos "dormiram", isto é, deixaram de "orar e vigiar", permitindo, assim, que o erro ganhasse raízes.

Contemplando essa confusão religiosa, muitos se admiram de que a Providência não a tenha eliminado do globo. Esse dia, entretanto, chegará.

O joio, ao brotar, é muito parecido com o trigo e arrancá-lo antes de estar bem crescido seria inconveniente, por razões óbvias. Na hora da produção dos frutos, em que será feita a distinção entre ambos, já não haverá perigo de equívoco: será ele, então, atado em feixes para ser queimado.

Coisa semelhante irá ocorrer com a Humanidade.

Aproxima-se a época em que a Terra deve passar por profundas modificações, física e socialmente, a fim de transformar-se num mundo regenerador, mais pacífico e, conseqüentemente, mais feliz.

Quando os tempos forem chegados, todos os sistemas religiosos, que se hajam revelado intolerantes e opressores, cairão reduzidos a nada; e todos quantos não se afinem com a nova ordem de coisas, conhecerão o "fogo" da expiação em mundos inferiores, mas de conformidade com o caráter de cada um.

Por outro lado, as almas avessas à guerra, à maldade, ao despotismo (Opressor/Ditador), enfim a tudo quanto tem impedido o estabelecimento da fraternidade cristã entre os homens de todas as Pátrias e de todas as raças, estas hão de merecer o futuro lar terrestre, higienizado em sua aura astral e equilibrado em suas condições climáticas, gozando, finalmente, a paz, a doce e alegre paz, de há muito prometida às criaturas de boa vontade.

Joio= É uma erva daninha. Muito conhecido no oriente, que antes de frutificar é tão parecida com o trigo que é impossível distingui-los. Só mais tarde é que se acentuam as diferenças conforme vão crescendo.

A separação entre ambos se dá em função da sua própria evolução intrínseca, cada qual apresentando suas características.

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