quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

PASTORES QUE MENTEM JUNTOS, MORREM JUNTOS

A Síndrome de Ananias e Safira no Ministério Pastoral

Foi-se o tempo em que o “sim, sim” e o “não, não”, estilo de vida vivido e ensinado pelo Senhor Jesus Cristo, era levado mais a sério. Hoje, com os conceitos de relativismo abordando seminários e escolas teológicas, além da própria falta de ética cristã, mentir se tornou algo discutível.

Que me perdoem os defensores das “mentiras brancas”, da mentira em nome do bem e da sobrevivência, da mentira para não ferir princípios ou trazer maiores consequências. Para mim, mentira continua sendo pecado. Os fins não podem justificar os meios, e pronto.

Em minha caminhada cristã, encontrei alguns pastores que mentem. Mas, o que mais me impressionou foram os casos em que pastor e cônjuge (ou pastor e pastora) se mancomunam em mentiras. Tudo é feito em nome da defesa do ministério (ou do salário?), do testemunho cristão (ou da falta dele?) ou da honra mútua entre marido e mulher (como se mentir fizesse parte da fidelidade conjugal).

· O SILÊNCIO

Em algumas situações embaraçosas, o silêncio seria a resposta mais adequada e abençoadora. Será que somos obrigados a sempre ter uma resposta só porque somos pastores? Quando é que rebanho e colegas vão aprender a respeitar o silêncio como resposta?

· A MORTE

Em se tratando de um casal no ministério que se acostuma a desculpar-se através de pequenas mentiras, as consequências são pesarosas. Deus não comunga com a mentira. O Espírito Santo começa a apagar-se na vida pessoal e do ministério destes. O final pode não ser tão trágico como o de Ananias e Safira (Atos 5:1-11), mas com certeza trará a morte de um chamado, tão precioso, de servir ao Senhor.

· CUMPLICIDADE?

Há uma palavra nova que tem sido usada para dar a idéia de unidade entre casais que não me parece muito adequada. Se diz que o casal precisa ter cumplicidade. Porém, cumplicidade significa ser conivente ou ter participação num crime, envolver-se num delito. Se eles concordam em mentir, acho até que esta palavra poderia ser encaixada. Muitas vezes, pode parecer ao casal que eles se dão tão bem que até mentem juntos para se salvaguardarem. Mas, o que acontece é que, no fundo eles sentem que há algo de errado que precisa ser consertado, mas não sabem como fazê-lo.

· O PODER DA CONCORDÂNCIA

Acredito que há um perigo muito grande em se concordar num erro. Imagine: se Jesus nos ensina que, para sermos mais efetivos em nossas orações, devemos orar em concordância (Mateus 18:15-19), quão ruins serão as consequências de dois servos de Deus mentirem juntos?

· E AGORA?

Quando se mente, perde-se a credibilidade. No casal, isso acontece de ambos os lados. Um cônjuge passa a não acreditar mais no outro. Além disso, tornamo-nos vulneráveis diante do inimigo. Não podemos vestir o cinturão da verdade, nem podemos nos cobrir com a couraça da justiça divina (Efésios 6). Ficamos secos em nossas pregações e sentimos que o Senhor não opera mais através de nós.

· PUREZA E SIMPLICIDADE

O Apóstolo Paulo nos diz que não podemos deixar duas coisas: a pureza e a simplicidade que há em Cristo (2 Cor.11:3). Ele cita como exemplo de corrupção da mente o que aconteceu com Eva (Gênesis 3:6). Vemos que o inimigo usou de 3 artifícios para corromper a mente de Eva: a necessidade (“boa para se comer”), a aparência (“agradável aos olhos”) e a lógica (“desejável para dar entendimento”). Note que o texto diz que Eva estava olhando para a “árvore” e não para o "fruto". Foi só depois de chegar a estas conclusões que ela tomou do fruto e comeu. Somos facilmente enganados quando olhamos o geral (árvore) e não atentamos para os detalhes (fruto). Note também que a necessidade, a aparência e a lógica são as razões que normalmente levam pessoas a mentirem.

Precisamos urgentemente voltar à pureza e simplicidade do Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Precisamos respirar o ar puro da verdade, antes que os sofismas, sofisticações e implementações da vida cristã atual nos sufoquem. Viver a pureza do Evangelho aclara nossos olhos, tão embaçados muitas vezes por focarmos somente nas coisas e não nas pessoas, nas bênçãos e não no Abençoador.

Hoje, quando muitos clamam pelo natural, por produtos menos industrializados possível, pelo “organico”, por águas mais puras e comidas mais sadias, pastores e suas famílias devem priorizar uma vida mais simples, desentoxicando-se do mundo e o que nele há (1 João 2:15). Só assim as nuances terão cores mais fortes, nosso “sim” e o “não” serão verdadeiros e nossos púlpitos mais confiáveis.

Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te.

A PALAVRA DE DEUS E PURA. SEMPRE SERA E JAMAIS MUDARA.

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